sábado, 29 de agosto de 2015

Sociologia - Diversidade Cultural







    Muito se questiona sobre a diversidade cultural. Se por meio dos direitos humanos surgiram os conceitos de igualdade de oportunidades, direito à diferença, justiça social e solidariedade e novas concepções jurídico-políticas, filosóficas e sociais de organizações como a Organização das Nações Unidas (ONU), a United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) - [Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura] (2005), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outras, por que hoje em dia a diversidade cultural ainda não é respeitada? Por que pessoas com deficiência, negros, índios, menores e pertencentes à maior idade ainda não são consideradas como possuidoras dos mesmos direitos e deveres dos demais cidadãos e, entre eles, o direito à participação na vida social e à sua conseqüente integração escolar e profissional? Nesse sentido, como ainda não se encontraram respostas suficientemente plausíveis a esses questionamentos entende-se que a propagada tese dos “Direitos Humanos” tornou-se direito exclusivo das consideradas “normais”. Na década de 40, quando o Brasil ainda não havia adotado políticas assistencialistas, os portadores de deficiência, quando conseguiam sobreviverem, eram condenados, jogados a sua própria sorte, obrigados a conviverem com a exclusão social. E, se ainda são, agora, em pleno terceiro milênio, discriminados e excluídos, é por falta de informação, além, especialmente, da falta de respeito à vida. A inclusão de pessoas com deficiências físicas no mercado de trabalho diante do ideal democrático, ao longo da Constituição Federal de 1988 se asseguram os direitos das pessoas portadoras de deficiências. Outros instrumentos legais foram estabelecidos, regulamentando os ditames constitucionais relativos a esse segmento populacional. Todavia, os direitos das pessoas com deficiências físicas são respeitados da mesma forma que os dos demais cidadãos? Não, o preconceito toma a frente de todas as possibilidades de todas as considerações de todos os “direitos” como, por exemplo, direito ao trabalho, à vida social, à cultura etc. Cabe aqui uma observação de Malagodi e Cesnik quando citam um comentário do então Ministro da Cultura Gilberto Gil, no prefácio do livro “Projetos Culturais”: Cultura como a dimensão simbólica da existência social brasileira. Como usina e conjunto de signos de cada comunidade e de toda a nação. Como eixo construtor de nossas identidades, construções continuadas que resultam dos encontros entre as múltiplas representações do sentir, do pensar e do fazer brasileiros e a diversidade cultural planetária. Como espaço de realização da cidadania e de superação da exclusão social, seja pelo esforço da auto-estima e do sentimento de pertencimento, seja, também, por conta das potencialidades inscritas no universo das manifestações artístico-culturais com suas múltiplas possibilidades de inclusão socioeconômica. Também como fato econômico, capaz de atrair divisas para o país, gerar empregos e renda. Observa-se que não, porém, “no papel” não se lê que é preciso respeitar a diferença do deficiente? Atualmente, a política Nacional para integração de pessoas portadoras de deficiências no mercado de trabalho e na sociedade em geral é disciplinada por leis, decretos, que compreende um conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência. Bem se a situação é essa em relação às pessoas com deficiências físicas, estipulou-se como problema de pesquisa a seguinte questão: Por que o deficiente mental é excluído na/da sociedade brasileira? Como hipótese se investigou três variáveis:


a) a diversidade cultural tem como reflexo a exclusão. Os “diferentes” não podem se misturar com as demais pessoas consideradas “normais”;


b) os direitos humanos são limitados apenas às pessoas consideradas normais;


c) o “amor verdadeiro”, constituído de respeito, responsabilidade e solidariedade pode romper barreiras que à priori parecem intransponíveis. Essa é a receita única da inclusão.



A diversidade cultural engloba as diferenças culturais que existem entre as pessoas, como a linguagem, vestimenta e tradições, forma como sociedades organizam-se, a sua concepção da moral e da religião, a forma como eles interagem com o ambiente, etc. Assim a diversidade cultural é “[...] em um certo sentido, o próprio reflexo da necessidade abrangente da múltipla diversidade de vidas na Natureza, a fim de que essa possa como um todo renovar e sobreviver”. Esse modelo e seus pressupostos há tempo vêm sendo discutidos nessa era de constantes mudanças, principalmente as referentes a novas tecnológicas e aos movimentos sociais. Estes últimos vêm evidenciando os limites e fragilidades do projeto político de cidadania, através das lutas e denúncias de desigualdade e exclusão. Nesse processo, colocam em cena a questão as denominadas “minorias” (mulheres, negros, deficientes, idosos etc.) e o debate sobre a diversidade, através do respeito às diferenças. Nesse sentido, cita-se Rodrigues (: Onde tem preconceito, tem despotismo, prepotência, tirania, repressão e perseguição. Homens e Mulheres ao longo da história e em todo mundo defenderam seus direitos à diferença, conseguiram isso, não apenas pelos meios políticos tradicionais, mas pelas formas culturais de resistência. O preconceito faz parte da natureza humana, desde o início dos tempos. O homem desconfia e tem medo de tudo o que é diferente dele mesmo. O “outro” inspira receio, temor, insegurança; daí para adotar atitudes defensivas e de ataque é um passo. Esses sentimentos eram importantes no tempo das cavernas, quando os homens eram poucos e lutavam bravamente para sobreviver em um ambiente hostil. Infelizmente, persistem até hoje, nas lutas entre católicos e protestantes, árabes e judeus, muçulmanos e cristãos, brancos e negros. Assim, diferentes ritmos, comportamentos, experiências, trajetórias pessoais, contextos familiares, valores e níveis de conhecimento de cada indivíduo poderão imprimir ao cotidiano a possibilidade de troca de repertórios, de visão de mundo, bem como os confrontos e a ajuda mútua, e a conseqüente ampliação das capacidades individuais.



Um Exemplo: O filme: I Am Sam (Uma Lição De Amor)





   

   O filme em pauta dirigido por Jessie Nelson, (EUA/2001) com duração de 132m., estrelado por Sena Penn (Sam Dawson), Dakota Fanning (Lucy), Michelle Pjeiffer (Rita Harrison) e Laura Dern (Randy), trata-se da história de um homem com problemas de desenvolvimento mental - sua inteligência é comparada a de uma criança de 7 anos - o que não diminui sua individualidade ou sua humanidade - que trava uma disputa ferrenha com a sociedade e a “justiça” de seu país para não perder a guarda de sua filha. Ambos, pai e filha, foram abandonados pela mãe - uma homeless (sem-teto) quando do nascimento da filha. Sam conseguia trabalhava em uma cafeteria pertencente à rede Starbucks e criara sua filha, até então, com a ajuda de uma vizinha (Dianne Wiest) Annie (uma pianista agorafóbica - ansiedade associada com a Síndrome do Pânico), e amigos Ifty (Doug Hutchison), Robert (Stanley DeSantis), Brad (Brad Silverman) e Joe (Joseph Rosenberg), que embora, também, deficientes são portadores de alma nobre e generosa. Todos propiciaram à menina uma infância repleta de amor e alegria. Cabe ressaltar que as cenas do pai com seus amigos são interessantes, divertidas até, proporcionando um “tempero” ao melodrama. Destaca-se também a trilha sonora do filme: canções dos Beetles - o nome da menina (Lucy) foi inspirado na música 'Lucy In The Sky With Diamonds'. O problema começa quando a menina atinge seus 7 anos e todos percebem que sua evolução natural já começa a transpor, intelectualmente a seu pai, que chega ao limite de sua contribuição no tocante ao desenvolvimento da menina que certamente teria que enfrentar problemas discriminatórios na escola, por exemplo. Além de que poderia querer “deixar de crescer” só para não entra em conflito com a mentalidade do pai. Isso faria que o desenvolvimento emocional e intelectual da menina deixasse de amadurecer. Quem percebeu de imediato o fato foi uma assistente social - Margaret (Loretta Devine) -, que defende a idéia de que a menina deveria ser adotada por uma família “normal”, como ela. Pelas leis pertinentes esse seria o procedimento de praxe, e o expectador nesse momento entende que tudo decidido, o país perderia a guarda da filha, pois seria impossível ganhar a causa. Porém o pai toma uma decisão irredutível: vai lutar pela guarda da menina, não deixaria que nada interrompesse a forte ligação entre pai e filho existente entre eles. Mas ele não lutaria sozinho, procura nas listas amarela um escritório de advocacia e consegue ajuda de uma advogada competente e orgulhosa que faria uma defesa pro bono - para o bem, e decidiu que não perderia esse desafio, mesmo trabalhando gratuitamente. Assim, diante de um pai obstinado e compulsivo uma advogada possessiva e disposta a tudo pelo sucesso o espectador percebe que briga seria boa. Isso, também porque essa advogada está lutando por uma posição consolidada no universo advocatício sacrificando a convivência de seu filho que no momento está bem longe dela, os dois tem problemas na relação “mãe e filho”. Uma mulher de coração endurecido, mas que o amoleceria com o decorrer da causa a defender enfrentando o promotor “Turner” no Tribunal. Por tudo isso, Sam a enxerga como uma verdadeira heroína. Enquanto durou processo judicial, Lucy ficou sob cuidados de Randy, uma mãe substituta. Todavia Sam não fica longe, muda-se para bem perto da casa de Randy e a orienta como cuidar de sua filha como, por exemplo, fazê-la dormir. A mulher percebendo que não pode substituir o carinho do pai decide acatar as recomendações. Esse pai ganha “em termos” a batalha por meio do amor incondicional que sente pela filha e mesmo tendo que conviver com a mãe adotiva que arrumaram para sua filha poderia estar sempre junto das duas. A história e emocionante, as pessoas ficam tocadas e passam a refletir sobre amor ao próximo, independente das diferenças, e em direitos humanos (reais). O amor venceu o Direito: uma lição de amor por meio da união, diálogo e compreensão. Enfim, uma história que proporciona esperança de que o ser humano pode realmente sob reais valores da vida, a prova disso é que parte da renda obtida com a venda do CD da trilha sonora do filme foi doada à L.A. Goal, uma Organização Não Governamental (ONG) que atende adultos com deficiências, que serviu de “laboratório” para o elenco e equipe técnica do filme.




*Curiosidades


*É comemorado no dia 5 de novembro o Dia Nacional da Cultura.


* É preciso ter algum cuidado quando se vai viajar para outros países! Devemos conhecer um pouco da cultura do país de destino para evitar problemas e algumas situações constrangedoras.


Aqui estão algumas dicas de comportamento em diversos lugares do mundo:


  • · Na Arábia Saudita, arrotar após as refeições é um sinal de boa educação e de que você ficou satisfeito.

  •  Palitar os dentes após as refeições na Itália significa que gostou da comida. Mas na França e em muitos outros países é um ato de extrema indelicadeza;

  •  Se viajar para o Egipto, deixe sempre um pouco de comida no prato durante as refeições, mesmo que esteje com muita fome. Isso simboliza abundância, fartura e elogio ao anfitrião

  • Grande parte dos indianos e marroquinos têm o hábito de comer com as mãos.

  • Na Bélgica, come-se com o garfo na mão esquerda, mesmo quem não é canhoto. Já em países árabes, a mão esquerda é considerada impura pois é destinada a higiene pessoal. Portanto, não receba ou ofereça documentos e cartões de visita com esta mão;

  • Na Europa é um hábito comum dividir a mesa com estranhos;

  • A culinária na Mongólia é exótica, mas não se assuste: um exemplo é a carne de camelo cozida.

  •  Na Finlândia, rena ensopada ou frita são pratos comuns. Larvas, abelhas e grilos fritos são aperitivos na Tailândia. Já em Taiwan e Hong Kong, um dos pratos principais é a cobra frita. Um prato de sopa de cachorro na Coreia do Sul é considerado energético;

  • No Paquistão, homens e mulheres comem separadamente; No Oriente Médio é proibido pelo Corão (livro sagrado), mulheres guiando automóveis. Também nunca mostre a sola dos sapatos ao cruzar as pernas, estará assim, insultando o seu anfitrião pois a sola é a parte mais baixa do corpo, portanto a mais suja. Por lá, é comum encontrar homens andando de mãos dadas como sinal de amizade e respeito entre eles;

  • Em muitos países da Ásia e Oriente Médio, ao visitar os templos religiosos, deve-se vestir roupas com mangas e compridas e em alguns tirar os sapatos. Sendo proibido tirar fotos no seu interior e tocar nas imagens e nas estátuas;

  •  Na China, actos de assoar o nariz na rua ou cuspir são sinais de higiene, significa que está tirando algo sujo de dentro do corpo. E deixar de beber todo o conteúdo do cálice num brinde é sinal de grave ofensa; Nunca recuse um cálice de vodka na Rússia, ou qualquer tipo de bebida na Irlanda. Isso é imperdoável, considerado um gesto rude; Nos Estados Unidos, no Japão e em vários países da Europa, dar “palmadinhas” nas costas durante um cumprimento é falta de educação. Um aperto de mãos já é suficiente;

  •  Mostrar a língua a outras pessoas, em algumas tribos do Tibete, é um ato de cumprimento;

  •  Na Índia, encarar as pessoas nas ruas, é considerado uma forma de humilhação. Por lá, a vaca é um animal sagrado, o trânsito é sempre desviado caso uma delas resolva deitar-se na rua

  •  Na Coreia do Sul, nunca converse com as mãos nos bolsos ou para trás. Isso é considerado um acto indelicado; Nunca presenteie um japonês com relógios, eles simbolizam a morte. Também nunca coloque um cartão de visitas, que acabou de receber, no bolso ou escreva sobre ele, isso é sinal de indelicadeza. Portanto ao recebê-lo, segure-o na mão;

  • Casais não devem se beijar em público, na Indonésia.


*Vídeo






*Links Relacionados


http://www.webartigos.com/artigos/diversidade-cultural-exclusao-inclusao-x-cidadania/19470/

http://diversidadecultural12i.blogspot.com.br/2012/05/pequenas-curiosidades.html


domingo, 23 de agosto de 2015

Filosofia - Raciocínio Lógico



História da Lógica








Entendida popularmente como o estudo do raciocínio correto, a lógica surge no Ocidente com o filósofo grego Aristóteles. Para mostrar que os sofistas (mestres da retórica e da oratória) podem enganar os cidadãos utilizando argumentos incorretos, Aristóteles estuda a estrutura lógica da argumentação. Revela, assim, que alguns argumentos podem ser convincentes, embora não sejam corretos. A lógica, segundo Aristóteles, é um instrumento para atingir o conhecimento científico.

Só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico e sistemático, ou seja, lógico. Na obra Organon, Aristóteles define a lógica como um método do discurso demonstrativo, que utiliza três operações da inteligência: o conceito, o juízo e o raciocínio. O conceito é a representação mental dos objetos. O juízo é a afirmação ou negação da relação entre o sujeito (neste caso, o próprio objeto) e seu predicado. E o raciocínio é o que leva à conclusão sobre os vários juízos contidos no discurso.

Os raciocínios podem ser analisados como silogismos, nos quais uma conclusão decorre de duas premissas. "Todo homem é mortal. Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal", diz ele, para exemplificar. "Sócrates", "homem" e "mortal" são conceitos. "Sócrates é mortal" e "Sócrates é homem" são juízos. O raciocínio é a progressão do pensamento que se dá entre as premissas "Todo homem é mortal", "Sócrates é homem" e, a conclusão, "Sócrates é mortal".

O matemático e filósofo alemão G.W. Leibniz (1646-1716) critica a lógica aristotélica por demonstrar verdades conhecidas, mas não revelar novas verdades. Além disso, a lógica tradicional sistematiza apenas juízos do tipo sujeito e predicado, como "Sócrates é mortal". Já os modernos sentem necessidade de um método capaz de estudar também relações entre objetos, como "A Terra é maior do que a Lua".

No final do século XIX, o alemão Gottlob Frege (1848-1925) cria uma lógica baseada em símbolos matemáticos e na análise formal do discurso, lançando as bases da lógica moderna, que formaliza os raciocínios, organizando-os numa espécie de gramática, que pode ser empregada em diversas linguagens, como a proposicional, que estuda a relação dos juízos entre si, e a de predicados, que analisa a estrutura interna das sentenças. Como a matemática, ambas se utilizam de símbolos lógicos (de negação, conjunção e implicação, por exemplo) e não-lógicos (que representam proposições, funções, relações etc.) para criar cálculos ou sistemas de dedução.

A validade de um argumento depende exclusivamente de sua fórmula lógica e não do conteúdo das afirmações. Então, se no exemplo aristotélico o conceito "mortal" for substituído pelo conceito "verde" ("Todo homem é verde. Sócrates é homem, logo, Sócrates é verde."), o argumento permanece válido, ou correto, embora não existam homens verdes. Válido, porém, não quer dizer verdadeiro. Para que a conclusão de um argumento válido seja verdadeira, as premissas têm de ser verdadeiras. Ao estudar a estrutura e a natureza do raciocínio humano e reproduzi-las em fórmulas matemáticas, torna-se possível, por exemplo, a criação de uma linguagem binária, que é a base de funcionamento dos softwares para computadores.


Uso do Raciocínio Lógico como matéria escolar



Diante de uma situação educacional, a qual os alunos demonstram dificuldades em interpretar e assimilar os conteúdos, elevando o índice de notas baixas, recuperações e repetências, novas medidas metodológicas foram criadas.

O raciocínio lógico está ligado a conceitos capazes de organizar e clarear as situações cotidianas, preparando os jovens para circunstâncias mais complexas. De acordo com o Construtivismo (Piaget), a Matemática ensinada através da imposição de fórmulas, exercícios repetitivos e conceitos limitados, impossibilitam o aprendizado, gerando alunos passivos, desinteressados e com falta de criatividade.

A utilização do raciocínio lógico na formação educacional de jovens gera pessoas criticas com senso argumentativo, e é com essa característica que desenvolvemos alunos capazes de criar, interpretar, responder e explicar situações problemas envolvendo Matemática. A utilização desse recurso metodológico influi em resultados positivos, contribuindo em três aspectos básicos: ler, escrever e resolver problemas. Esses que, após a sequência de estudos lógicos, passam a representar novas sistematizações: aprender a ler bem, aprender a escrever bem e aprender a resolver problemas matemáticos bem, de acordo com vários educadores que trabalham com a metodologia das atividades lógicas.

É necessário que se crie um momento escolar para a utilização dos conceitos relacionados ao raciocínio lógico, pois os inúmeros exames vestibulares nacionais, inclusive o novo Enem, adotaram de forma concreta questões envolvendo respostas baseadas em pensamentos lógicos matemáticos. O mercado de trabalho tem realizado de forma crescente admissões nas quais o candidato é envolvido em situações de raciocínio lógico. Dessa forma, a empresa procura verificar o comportamento e ações perante situações cotidianas no ambiente profissional.

Atualmente encontramos atividades voltadas para o raciocínio lógico em livros específicos e apostilas de concursos públicos, em jogos disponíveis na Internet, em jornais diários e revistas semanais, entre outros lugares. Seria interessante que as instituições escolares, independentemente de resoluções das Secretárias ou Ministério da Educação, adotassem em suas grades curriculares horas aulas semanais voltadas para o desenvolvimento dos conteúdos relacionados ao raciocínio lógico.


O Raciocínio Lógico no nosso Dia a dia



O raciocínio lógico é uma habilidade que interfere diretamente no desempenho das atividades profissionais. Independentemente da profissão e da área em que o indivíduo atua, pensar e raciocinar de maneira crítica são competências de grande diferenciação.

De acordo com o professor da área de Lógica do Departamento de Filosofia da Unicamp (Universidade de Campinas), Marcelo Coniglio, para as pessoas em geral, o raciocínio lógico vai ser importante para identificar as propagandas enganosas, o jornalismo tendencioso e os discursos mal intencionados de políticos.

Já no exercício da profissão, seja ela qual for, será importante para identificar os truques de mercado, elaborar estratégias de captação de clientes e melhorar seu poder de argumentação e persuasão. A capacidade de raciocinar logicamente é a habilidade que vai permitir que os indivíduos consigam elaborar argumentos válidos e convincentes, importantes para convencer seus clientes, sua equipe, seu chefe e assim por diante, explica o professor.

Nesse contexto, determinadas atividades, que podem ser realizadas como lazer, poderão ser úteis para estimular e aprimorar o raciocínio lógico. Segundo o diretor do CLE (Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência) da Unicamp e autor do livro “Pensamento Crítico – O poder da lógica e da argumentação” (Walter Carnielli e Richard Epstein, Editora Rideel, 2011), Walter Carnielli, há atividades que aumentam a capacidade de atenção dos indivíduos e estimulam o raciocínio abdutivo, ou seja, aquele que permite prever e explicar situações.

Elas também podem melhorar o raciocínio inferencial – capacidade de tirar conclusões com base em situações presentes -, além de estimular a busca por hipóteses e a memória. Listamos, portanto, sete sugestões desses tipos de atividades:

1. Jogos de tabuleiro – ambos os professores concordam que os jogos de tabuleiro mais estimulantes, quando o assunto é lógica e estratégia, são o xadrez e o Go. “São jogos que estimulam o pensamento estratégico e a capacidade de prever o que o oponente pode fazer”, dizem, lembrando que há bastante conteúdo matemático nas duas opções.

2. Filmes – os filmes também podem ser ótimos estimulantes, mas com uma ressalva de Coniglio: “é preciso fugir das coisas fáceis e mastigadas e procurar os filmes que nos fazem pensar”. Segundo o professor, isso se traduz no tipo de arte conhecida como cinema inteligente, no qual os espectadores entram em contato com enredos densos e que estimulam o pensamento.

Na prática, são filmes sem histórias óbvias e que, ao final, provocam dúvidas, questionamentos e estimulam a discussão.

3. Livros – os benefícios da leitura são inúmeros, atuando em pontos como concentração, atenção e memória. Carnielli explica que a literatura auxilia na construção de um raciocínio dedutivo, pois estimula o leitor a tirar conclusões, além de incentivar a busca por hipóteses.

Para aqueles interessados em uma leitura mais focada no assunto, há livros de enigmas, acessíveis a qualquer um, já que não são de extrema complexidade, conforme recomenda Carnielli, que contêm problemas que forçam o raciocínio lógico daqueles que tentam resolvê-los, “como os livros do lógico Raymond Smullyan, disponíveis em português”, sugere o professor.

4. Lutas – no mundo dos esportes, certas lutas são ótimos estimulantes. O Jiu Jitsu, por exemplo, uma das mais famosas artes marciais de origem asiática, além de ser interessante para a defesa pessoal, trabalha a concentração e habilidade de prever os movimentos do oponente. Caratê também é uma boa opção.

5. Cartas – as recomendações de jogos de cartas são o pôquer e o bridge. Nesses tipos de passatempos, a estratégia é um fator muito importante. O recurso do ‘blefe’, no caso do pôquer, permite ao jogador confundir seu oponente e, assim, lidando com a estratégia e calculando probabilidades, acontece o estimulo do raciocínio lógico.

6. Sudoku e videogames – esses tipos de jogos estimulam a memória dos indivíduos. Além disso, exigem que se estabeleçam conexões lógicas para concluir os enigmas. “A resolução deste tipo de jogos requer a aplicação de técnicas de análise de casos. Se bem que, num estágio básico, o jogador está fazendo lógica e estimulando assim seu raciocínio. Com relação aos videogames, existem muitos deles que exigem resolver problemas tais como acomodação de cubos, por exemplo, o Sokoban, cuja resolução requer e estimula o uso do raciocínio lógico”, diz Coniglio.

7. Cubo Mágico – por fim, recomenda-se tentar solucionar o cubo mágico, um quebra-cabeça tridimensional que exige concentração, memória e raciocínio matemático puro, explica Carnielli.


Exercícios de Raciocínio Lógico








1 - Marcos está olhando a fotografia de alguém. Seu amigo pergunta quem é o homem do retrato. Marcos responde: “Irmãos e irmãs eu não tenho, mas o pai deste cara é filho do meu pai”. Quem está na fotografia?

 

2 - Você tem 8 rosquinhas doces. As rosquinhas têm o mesmo peso, com exceção de uma, que é mais pesada. Você tem uma balança como de pratos simples à sua disposição. Qual é o número mínimo de pesagens que deve ser feito para se descobrir qual das rosquinhas é a mais pesada?


3 - Dois dias atrás, Suzana tinha 8 anos. Ano que vem ela terá 11! Como isso é possível?


4 - Cinco competidores (A, B, C, D e E) disputam uma prova de natação que premia o 1º, 2º e 3º colocados com medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente. As seguintes conclusões sobre a prova são falsas, mas uma afirmação de cada uma delas (note que cada conclusão possui duas afirmações) pode ser verdadeira. 

A não ganhou o ouro e B não ganhou a prata; 
D não ganhou a prata e B não ganhou o bronze; 
C ganhou uma medalha, já D não ganhou nenhuma; 
A ganhou uma medalha, já C não ganhou nenhuma; 
D ganhou uma medalha e E também.


5 - Você deseja construir chiqueiros. Porém, você deve construir 4 chiqueiros e distribuir 9 porcos entre eles, de forma que cada chiqueiro tenha um número ímpar de porcos. Como fazer isso?





Links relacionados

https://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/logica.html

http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/raciocinio-logico.htm

http://www.riomercantil.com.br/2011/10/raciocinio-logico-ajuda-a-identificar-ate-politico-corrupto/#&panel1-2










Respostas

1. É o filho de Marcos


2. Duas pesagens. Coloque 3 rosquinhas de cada lado da balança. Caso a balança fique equilibrada, a rosquinha mais pesada é uma das duas que não estão na balança. Portanto é só colocar uma de cada lado da balança para descobrir qual é a mais pesada. Porém, caso a balança penda para um dos lados, retire as 3 rosquinhas do lado que ficou mais pesado e pese duas delas. Daí, caso a balança se equilibre, a rosquinha mais pesada é a que não está sendo pesada. Caso contrário, a balança revelará qual das duas é a mais pesada.


3. Suzana deve ter nascido no dia 31 de dezembro de algum ano. Suponha que ela tenha nascido no dia 31 de dezembro de 2000. Isso significa que Suzana fará 9 anos no dia 31 de dezembro de 2009. Suponha também que “hoje” seja dia 1 de janeiro de 2010. Caso suponhamos tais fatos, dois dias atrás seria de 30 de dezembro de 2009, ou seja, ela ainda teria 8 anos. Voltando a 1 de janeiro de 2010. “Ano que vem” será 2011. Logo, em 31 de dezembro de 2011 ela terá 11 anos.



4. A ganhou a medalha de ouro, D levou a medalha de prata e C ganhou a medalha de bronze.


5. Construa 3 chiqueiros com 3 porcos cada, depois construa mais um chiqueiro em volta dos 3.